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Crônicas de uma alma aprisionada I


Arte por Sylvia Plath

O Objetivo de Uma Alma

Você já sentiu que ama a vida mesmo sabendo que há o mal em todas as partes do mundo, e que ocorrem com muito mais facilidade do que coisas benignas?

Eu sei que existem sentimentos bons como ser amado, como ter confiança e lealdade daqueles que estão ao seu redor, como entendimento recíproco, procurando onde suas vontades e dos outros se encaixam para que ambos se entendam. Acredito que ainda há intenções boas de algumas pessoas. Posso não enxergar, mas ainda assim acredito no bem que existe em cada um...

Eu amo e acredito na vida, mas eu não quero viver, pois, por acreditar tanto no que a vida pode oferecer, eu não equilibrei minhas vontades e as dos outros. Eu apenas aceitei a vontade deles pois já não gostava mais de mim mesmo, não aceitava as decepções que já gerei para as pessoas no qual amei e amo tanto, vivi esquecendo quem eu sou e o que quero, fugi das minhas vontades e mascarei tanto elas para serem as dos outros que acabei por não perceber minha própria cegueira!!.

Será que ficarão magoadas se eu não concordar com algo? Como posso mascarar minha vontade dessa vez? Como posso ter certeza de que são as pessoas que estão erradas? O que eu digo está correto? O que penso está correto? O que é certo? O que é errado? Estou sendo bom ou ruim com as pessoas? Será que também pensam em mim? Sou importante? O que sou para as pessoas? Será que as pessoas também se importam com quem está em sua volta? Será que se importam com alguma coisa, além de si mesmas? Tantas perguntas ecoando em minha mente, a única certeza que tinha é que em tudo isso, eu estava perdido, não saberia definir quem eu sou.

Eu amo e acredito na vida. Busquei nas coisas erradas uma razão para viver... ou melhor, não busquei olhando para mim. Agora me pergunto se deveria sentar na poltrona de "número um" que esperava alguém preencher, enfrentando quem não aceitava ser, transformando e destruindo as coisas que havia escolhido incontáveis vezes, repetindo eternamente as mesmas ações, infinitamente inútil, desajeitado, estranho, indeciso, fraco – isso é o que eu sou. No final, eu não preciso amar tudo sobre mim e ninguém precisa aceitar quem eu sou. Reconhecer a mim mesmo e saber minhas vontades, é o primeiro passo para meu desejo de viver.

"Aquele que tem um porquê para viver, pode enfrentar quase todos os ‘comos’." - Friedrich Nietzsche


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